Tinha feito a escolha dela para aquela noite, mas não sabia o que a
esperava. Ele propora-lhe copos ou beijos, e ela escolhera tudo. Na sua
distracção habitual, nem mesma a travessia da ponte lhe dera uma pista.
Só percebeu depois de ver saídos do porta-bagagens, todos os segredos
que ali se encerravam. Naquele segundo, podia ter-lhe dito que... Que
era das coisas mais bonitas que já lhe tinham feito. Que não se
importava que fosse só uma manobra de sedução. Que não estava habituada a
ser tratada assim. Apeteceu-lhe dizer tanto, que não conseguiu
articular nada. Quis agarrar-se ao pescoço dele e enchê-lo de beijos
agradecidos, mas também não foi capaz. Sentia-se tão pequenina e
paralisada, que apenas tentou disfarçar toda aquela embriaguez
emocional. Ele apelara-lhe ao seu lado mais sentimental e lamechas, que
tanto a irritava e que ela fazia tudo por esconder. Não se podia
permitir baixar a guarda tão cedo. Simplesmente não podia. Mas teve a
certeza que um dia encontraria as palavras certas para lhe explicar.
Perdida por mil pensamentos, olhava-o enquanto ele pegava nos objectos
que trouxera. Dois copos, uma garrafa de vinho tinto, uma toalha de
praia. Tão simples... como só as coisas inesquecíveis o são. A lua
afastou-se de cena para encobrir os dois amantes numa escuridão
cúmplice. Mas reza a história que houve copos e areia, beijos e maresia.
E houve momentos daqueles capazes de marcar a vida das pessoas para
sempre.
Bom dia
ResponderEliminarNa simplicidade do acto pode estar a força emocional do prazer, sem qualquer dúvida
.
Deixo cumprimentos.
Meus dois blogues:
http://deliriosdeamoresexo.blogs.sapo.pt/
.
http://deliriosamoresexo.blogspot.pt/
maresia...sem dúvida um perfume inesquecível na beleza do mar e areias quentes...
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