quinta-feira, 16 de abril de 2015



Tinha feito a escolha dela para aquela noite, mas não sabia o que a esperava. Ele propora-lhe copos ou beijos, e ela escolhera tudo. Na sua distracção habitual, nem mesma a travessia da ponte lhe dera uma pista. Só percebeu depois de ver saídos do porta-bagagens, todos os segredos que ali se encerravam. Naquele segundo, podia ter-lhe dito que... Que era das coisas mais bonitas que já lhe tinham feito. Que não se importava que fosse só uma manobra de sedução. Que não estava habituada a ser tratada assim. Apeteceu-lhe dizer tanto, que não conseguiu articular nada. Quis agarrar-se ao pescoço dele e enchê-lo de beijos agradecidos, mas também não foi capaz. Sentia-se tão pequenina e paralisada, que apenas tentou disfarçar toda aquela embriaguez emocional. Ele apelara-lhe ao seu lado mais sentimental e lamechas, que tanto a irritava e que ela fazia tudo por esconder. Não se podia permitir baixar a guarda tão cedo. Simplesmente não podia. Mas teve a certeza que um dia encontraria as palavras certas para lhe explicar. Perdida por mil pensamentos, olhava-o enquanto ele pegava nos objectos que trouxera. Dois copos, uma garrafa de vinho tinto, uma toalha de praia. Tão simples... como só as coisas inesquecíveis o são. A lua afastou-se de cena para encobrir os dois amantes numa escuridão cúmplice. Mas reza a história que houve copos e areia, beijos e maresia. E houve momentos daqueles capazes de marcar a vida das pessoas para sempre.

2 comentários:

  1. Bom dia
    Na simplicidade do acto pode estar a força emocional do prazer, sem qualquer dúvida
    .
    Deixo cumprimentos.
    Meus dois blogues:
    http://deliriosdeamoresexo.blogs.sapo.pt/
    .
    http://deliriosamoresexo.blogspot.pt/

    ResponderEliminar
  2. maresia...sem dúvida um perfume inesquecível na beleza do mar e areias quentes...

    ResponderEliminar