quinta-feira, 17 de novembro de 2016

O N. foi um vamos-lá-ver-no-que-isto-dá sabendo de antemão que não daria em nada.



Quando falamos ele foi simpático. Não muito extrovertido mas não tão sério como parecia crer. Não estive lá muito tempo e os nossos turnos não eram muito coincidentes pelo que não foi rapaz que me ficou na cabeça por muito tempo. Mas o facebook impulsiona-nos a outras coisas. Isto de ter a informação ali à mão de semear tem tanto de fácil e pouco encantador como de encorajante. Sim, fui eu que fiz o pedido de amizade. Sim, fui eu que comecei a conversa com a mensagem de feliz aniversário (esta foi dada de graça, como recusar?). Guilty! A conversa foi mais fácil do que alguma vez pensei que pudesse ser. E em poucos dias trocamos números de telefone, e entre outros tão poucos marcamos o primeiro encontro.

Não vale a pena detalhar muito mais. O N. foi um vamos-lá-ver-no-que-isto-dá sabendo de antemão que não daria em nada.

Inicialmente foi físico mas nunca tão físico quanto se fazia esperar. Era divertido e tinha bom coração. Pelo menos sempre o achei. Fazia-se à vida que por si só já era uma achado na minha vida. Tirava os meus pés do chão fácil fácil e nas entrelinhas fui percebendo que de quando em vez imaginava-me no seu futuro. Assustou-me. Porque tive o mesmo tempo que ele e nunca o consegui imaginar no meu. Tinha um jeito um pouco infantil e um outro demasiado descuidado com as atitudes e palavras que me afastava sempre que eu fazia um esforço para me aproximar. Concluí que era mais um que me poderia fazer feliz, sim, mas dentro de quatro paredes. E se antes isso não foi suficiente, claramente dessa vez muito menos. Ou simplesmente o amor não aconteceu. Para o meu lado.

Não terminamos. Fomos terminando. Fui terminando. Mas sempre referi que não queria ficar de mal com ele.

- Amigos?

Estúpida. Alguma vez se pede isto a alguém que gosta mais do que nós?

5 comentários:

  1. relações. são difíceis. vão terminando. vão-se perdendo. as que ficam, poucas, desgastam-se. mas há uma ou outra que resiste ao desgaste. não, não são as que amadureceram. não! nem pensar! são as que continuam infantis.

    ResponderEliminar
  2. Quando as sintonias são diferentes,é muito dificil as coisas darem certo,e se por alguma razão se deixa andar e não se estabelecem os limites e algum passa a gostar mais ou a fazer planos que incluem o outro e esse outro não quer ou não sabe como participar no desejo conjunto,dificilmente a amizade resiste,pelo menos no imediato,acredito que acaba por mais tarde ou mais cedo,se não sair nenhum demasiado magoado,que a amizade acabe por prevalecer,porque quem partilha para além dos momentos o corpo de outra pessoa,fica sempre uma ligação muito especial,agora de imediato,a amizade é sempre muito complicada,e mesmo depois só acontece,se formos adultos o suficiente para relevar o positivo e "esquecermos" o que magoou.
    Comigo sempre foi e é assim,não é fácil,mas quero sempre relevar na minha vida o bom que passei com quem partilhei pedaços da minha vida,por isso me dou e tenho uma relação de amizade com quase todas as pessoas me tocaram na pele e na alma.

    Beijos

    ResponderEliminar
  3. Uma pergunta intrigante e que todos nós já a fizemos um dia, pena que não possamos conversar sobre esse estado de amigo...seria um enorme avanço na nossa compreensão da vida, dos sentimentos e das suas inquestionáveis diferentes abordagens. Enfim...um dia conseguiremos ;-)

    ResponderEliminar
  4. Amores e desamores quem os não tem?
    .
    Feliz fim de semana

    ResponderEliminar
  5. Não te culpes de nada...
    Em grande parte das relações há sempre um que gosta mais. Só que esse desequilíbrio não é um bom presságio.
    Não tinha lido este post ainda quando comentei no teu post mais recente, mas volto a bisar tudo o que lá disse.

    Beijinhos sem culpa
    (^^)

    ResponderEliminar